sexta-feira, 12 de julho de 2013

Espaço-Tempo





(Rodrigo Azevedo)



A escuridão da luz
No lado escuro da lua
Visto daqui de baixo
Parece que já andei lá
Tão comum que é
Faz parte de mim
Das escolhas que fiz
Me levaram daqui
Me largaram lá
Perdido, sem mapa
Sem ter como voltar
Não tem carona
Meu foguete quebrou na queda
Nem combustível sobrou
Fico nesse frio interestelar
Pensando no meu passado

Ando esgotado
Cansado de caminhar
Dou voltas no espaço-tempo
Tempo de me largar
Me jogar no espaço
Deixar o impulso me levar
E ver aonde eu chego
O que me espera no infinito
Onde meus olhos não alcançam
Me perco na escuridão
Tento permanecer são
Com os asteroides na contra mão
Tentam me acertar
Pesam toneladas
Mais leves que o ar
No espaço, não posso escapar

Universo umbigo
Dentro de mim
Infinito em meu peito
Não há por onde fugir
Tanto espaço em meu coração
Um vazio inconfundível
O eco ecoa fácil
Chamando por amor
Mas nem odor
Flores ou cores
Está tudo escuro
Mal posso me ver
Difícil de compreender
Tanto espaço sem canto
Canto e tento me encontrar
No infinito de imaginar!

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