terça-feira, 12 de outubro de 2010

Morrer de Amor

(Rodrigo Azevedo)


O pior sego é o que não vê
Não consigo ver a um palmo de mim
As pessoas dizem que não consigo enxergar o obvio
Mas elas não sabem que não sou adivinho

Sou bobo de pensar
Em acreditar no amor
Ele chega em todos ao meu redor
Eu necessito tanto e não encontro
Me mutilando, me esfaqueando pelas costas
Iludido, enganado pelo cupido
Brincando de tiro ao alvo com meu coração

Ser diferente dos outros não é o bastante
Não importa o que sinto
A amizade prevalece
O meu amor vai para o esgoto
Voltando para o fundo e escuro abismo
Esquecido por uma “amizade”
Não sei o que tenho de errado
De só me querer como amigo
Sou o que sonha e procura
Mas não sou quem deseja
Mas a amizade não é o bastante
Para mim
Basta seu amor, sua confiança, seu carinho
Me enganou junto com o cupido
E disse que eu interpreto mal
Quem sofre, morre de amor?
Sou eu
Ninguém se importa
Sou um silencio no meio da multidão
O que importa é que sou ninguém
Um esquecimento depois de um tempo
Sem valor para quem não convém
O que me convém, nada é
Sou uma criança imatura
Por não pensar igual
Por não querer o mesmo
Desvalorizado
Rejeitado
Ignorado
Por tudo que sou
Tudo que desejo e quero
Por tudo e todos
Sem chances
Só imposições

O que mais sei?
Que não sirvo para vocês
Não sirvo para esse mundo
Para que mundo sirvo então?
Sei que não sou para o Céu
Porque já vivo no inferno
Inferno externo
Que insiste em me consumir por dentro
Onde nenhum anjo vem me salvar
Então, para quem vou continuar a esperar?

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