domingo, 30 de agosto de 2015

Salto Quebrado






(Rodrigo Maia de Azevedo)



Sem graça
Sem sal
Sem gosto
Chata
Difícil de engolir
De aguentar também

Como consegue se vê no espelho?
Com tanta marra
Tanto orgulho
Cuidado pra não cair do salto

Só usa os mais finos tecidos
Tudo que estiver na moda
E que for caro, é claro

Por debaixo de toda riqueza
Só transparece a tristeza
Solidão, falta de amor
Reclama que ninguém a amou
Mas nunca amou ninguém
Se doar... Pra quê né?!

Toda essa luxúria e vaidade
Poder do que pode ter
Nada te valerá lá
No futuro nada poderá pagar
Só restará a falta do que nunca teve
A saudade do que nunca viveu

Pense onde quer estar
Pense como quer terminar
Pense antes de esnobar
Alguém legal por achar que não está a sua altura
O mundo dá voltas
Ele não para de girar
O tempo não para

Quando a hora chegar
E pedir pro mundo parar
Estará só
Sem companhia reciproca
Sem amor
Sem um ombro amigo
Sem alguém legar pra abraçar no final!

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